Hoje é um dia triste para os brasileiros e para os amantes do futebol em todo o mundo. Ronaldo Nazário de Lima, o fenômeno Ronaldo, maior artilheiro da História das Copas encerrou sua carreira.
No currículo, todos os mais importantes títulos, inclusive a façanha pessoal de ter sido eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA em três oportunidades.
Centro-avante nato, habilidoso, oriundo do futebol de salão, encantou o mundo com seus dribles curtos e desconcertantes, e sua velocidade incomparável na condução de bola.
Ronaldo chutava com as duas pernas, tinha boa colocação na área, quase nunca entrava impedido nas jogadas, mas não era um bom cabeceador, ressalte-se.
Na minha humilde opinião, foi o segundo melhor centro-avante de toda a história do futebol, atrás apenas do gênio Romário.
Ronaldo também representa para nós superação: tido como acabado para o futebol após várias lesões graves no ligamento "cruzado" do joelho, deu a volta por cima e foi o principal responsável pelo título do Brasil em 2002 na Copa da Coréia e Japão.
Depois de Pelé, é certamente o desportista brasileiro mais conhecido no exterior, com aparições até no desenho dos "Simpsons". Foi parodiado por vários programas humorísticos de televisão, foi chamado para trazer alegria aos nacionais do Haiti durante processo de ocupação das forças de paz da ONU (formada por brasileiros em sua maioria). Enfim, toda pessoa neste mundo, ao ver uma fotografia de Ronaldo com seus dentes salientes, o reconheceria de pronto. Aliás, todo este carisma o concedeu o título de embaixador da ONU.
Alguns lances de Ronaldo ficarão para sempre na minha memória: os dois gols contra a Alemanha na final em 2002; duas arrancadas que resultaram em gols na época do Barcelona, em uma das quais ele no meio da arrancada deu um drible "seco" de futsal no zagueiro, e após chutar caiu sentado, comemorando o gol.
Outros dois lances, um na lateral do campo, pelo Internazionale contra a Lazio (salvo engano), que o fenômeno saiu fazendo fila (com elástico e tudo o mais) com apenas um palmo de espaço, e um outro também pela Inter, que ele deu uma "caneta" no adversário.
Enfim, se formos lembrar dos lances geniais de Ronaldo (o gol contra o Santos, por cobertura; o Gol contra a Venezuela, que deixou dois zagueiros sentados e marcou com o Gol vazio), não daria para escrever nem em um livro, mas registre-se a maestria e a genialidade do maior camisa 9 que o Brasil já teve, e que jamais terá igual.
Esta geração é privilegiada, por que viu Ronaldo jogar. Eu lembro bem de um amistoso Brasil x Polônia aqui no Serra Dourada em Goiás, que jogaram Ronaldo e Romário no ataque, no auge de ambos. Recordo que era em 2007, salvo engano. Era uma coisa impressionante o que Ronaldo fazia. Sua simples presença em campo fazia os adversários "bater carroceria".
Caro leitor, não se engane: não teremos centro-avantes como Ronaldo e Romário em nossa história. Luís Fabiano, Alexandre Pato, e mais atrás, Careca, Reinado, estes são todos bons. Mas passaremos muita raiva ainda com estes "camisa 9" que temos por aí.
Fica a linda história de superação do Fenômeno, que mesmo orientado por alguns médicos a parar quando estava na Itália, se esmerou nas intermináveis sessões de fisioterapia, teve paciência, calma, perseverança, e voltou ao seu auge, entregando uma Copa do Mundo para o Brasil e nos dando ainda brilhantes atuações.
Dificilmente seu título de 3 vezes melhor jogador do mundo pela Fifa, e maior artilheiro de todas as Copas será derrubado. Ronaldo definitivamente entrou para a história: pelo seu futebol, pelo seu carisma e pela sua superação.
Parabéns Ronaldo, você orgulha a todos os brasileiros, e sua história nos ensinou que com fé e perseverança é possível transpor obstáculos aparentemente intransponíveis.