terça-feira, 22 de março de 2011

Democracia e redes sociais

Não foi por um acaso que temos visto revoluções sociais no Egito, na Líbia, bem como em outros países da região, todos quase concomitantemente ocorridos, como se houvessem sido orquestrados.

As redes sociais, e principalmente o Twitter, tem um papel importante neste processo de busca pela democracia destes povos. Os sites de redes sociais em si próprios exprimem o sentimento de liberdade de expressão, da qual os povos do Oriente Médio uma vez provado o gosto, não querem mais abrir mão.

Por intermédio da Internet, povos de países oprimidos pelos Estados Totalitários têm contato diário com povos de países democráticos, e querem para o seu país esta mesma liberdade ampla e irrestrita que aqueles desfrutam.

É legítima a busca dos povos do Oriente Médio e norte da África pelo Estado de Direito Democrático, sem o qual não é possível reconhecer os direitos mais sublimes do ser humano, vez que o Estado não encontra limites para o exercício do seu poder político, atropelando quem quer que se oponha à situação político-institucional imposta.

E sem uma carta política que inaugure uma nova ordem constitucional, ou em outras palavras, que reinicie do zero as diretrizes básicas de um novo Estado, não há como estes processos populares de revolução surtirem o efeito desejado após tanto luta. Mister que se convoque um colegiado de representantes dos nacionais e elabore uma nova carta política por completo, e não emendas à uma carta política existente sob a égide do Estado totalitário, como já se postula em alguns países.

Os países que compõem o Conselho de Segurança da ONU acertam quando interferem na soberania destes países para o restabelecimento da ordem, pois se há caos social e guerra civil iminente, melhor atentar contra a soberania de um Estado e salvar milhares e milhares de vidas do que o contrário.

Todavia, há que ser uma operação militar de exatidões cirúrgicas, com vias a atacar somente as posições das máquinas de guerra que avançam sobre os civis, mas que nunca atinja a estes, sob pena de já se ter perdido o próprio sentido da intervenção militar da coalizão levada a cabo na Líbia.

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