A TBC - Televisão Brasil Central é uma empresa pública controlada pelo Governo do Estado de Goiás, vinculada à AGECOM (Agencia Goiânia de Comunicações). É empregado e ocupa um espaço na rede acima mencionada, o jornalista Paulo Beringhs, o qual apresenta um programa de entrevistas.
No último dia 19, um fato lamentável: o jornalista em pauta pediu demissão ao vivo, por que estava sendo censurado pelo Governo do Estado, que o impediu de entrevistar o senador Marconi Perillo, candidato do PSDB ao governo do estado. Foi aberto igual espaço ao candidato apoiado pelo governo, Iris Rezende do PMDB, mas este não pôde comparecer às datas previamente marcadas para entrevista. Com isto, por ordem direta do governador, mandou-se excluir da pauta da programação a entrevista com o Senador Marconi Perillo, isto por orientação da oposição peemedebista.
A demissão já figura entre os 3 assuntos mais comentados do Twitter no Brasil - "Trending Topics" e pode ser visto facilmente via You Tube.
É lamentável como até hoje não exista efetivo Estado de Direito no Brasil. Pensávamos que nossa democracia fosse a mais sólida da América Latina, mas temo estar errado nessa afirmação. A supressão à liberdade da imprensa é a primeira medida que um Estado toma para instaurar o regime de exceção constitucional.
Calar a imprensa, é rasgar a Constituição, cercear a liberdade de expressão e de imprensa é um sério erro do qual não mais se poderia cogitar em um país que se diz democrático, com vinte e dois anos uma Constituição que se apelidou de "cidadã", por se presumir ser ela das mais generosas na declaração de direitos de que se tem notícia no mundo. Pelo visto, a teoria de Ferdinand Lassale, segundo a qual a Constituição em alguns momentos não passa de "folha de papel", tem lugar no Brasil, onde os preceitos da Magna Carta não tem aptidão para nortear as medidas adotadas pelos poderes constituídos, pelo contrário: são os poderes constituídos que determinam o que será ou não aplicado e obedecido do conteúdo de uma Constituição.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
terça-feira, 19 de outubro de 2010
O que é Krav-Maga
Krav Maga é um sistema de defesa pessoal criado pelo israelense Imi Lichtenfeld. No hebraico, signifca combate corpo-a-corpo.
Krav-Maga ao mesmo tempo, não se parece com nenhum estilo já existente de artes-marciais e se parece com todos. Explico: o Krav-Maga é um sistema de defesa relativamente novo, desenvolvido por Imi tendo-se por base vários estilos de artes marciais, como boxe, judô, muay-thai, jiu-jitsu, sambô, aikidô, colhendo o melhor de cada arte (socos do boxe, "chão" do jiu-jutsu e sambô, cotoveladas e joelhadas do Muay-Thai, chaves e torções do aikidô e do jiu-jitsu) e ao mesmo tempo criando novos golpes a partir das experiência de Imi (chute diferenciado, golpes proibidos nas outras artes marciais).
Krav-Maga não é um sistema de defesa pessoal fechado. O modo de pensar de Imi para o sistema, o deixou aberto com vias a adequar-se à evolução dos tipos de violência urbana ou mesmo militar aplicadas. Com isso, pode-se afirmar que o Krav-Maga está sempre em projeção com a realidade atual.
Krav-Maga funda-se no conceito de legítima defesa, adotado na maioria dos países como modo de dar direito aos indivíduos de defenderem-se de agressões atuais ou iminentes, considerando que a segurança pública prestada pelo Estado não está presente em todos os lugares e em todos os momentos.
Nos treinamentos de Krav-Maga, além de exaustivos exercícios que propiciam força e resistência aos praticantes do sistema, envolve simulações de defesa contra agressões à mão, armas brancas e armas de fogo. Diz-se simulações, por que é sabido que no Krav-Maga não há regras que limitem seus golpes. O sistema se baseia na sobrevivência à todo e qualquer custo diante de uma situação de violência. Deste modo, são comuns ver nos treinamentos de Krav-Maga, exercícios que simulam golpes nos olhos, na garganta, na nuca, e na genitália do "agressor".
Como já foi dito anteriormente, o Krav-Maga não é considerada uma arte-marcial ou uma luta, pois que, em decorrência da não-limitação e da letalidade de seus golpes, não se pode haver uma competição de Krav-Maga, e seus golpes são destinados à não haver luta, isto é, neutralizar a agressão o mais rápido e eficiente o possível, diante do que é possível afirmar que melhor se define no conceito de sistema de defesa pessoal.
Os treinamentos de Krav-Maga são expostos gradativamente, de acordo com a experiência dos alunos. Há movimentos de defesa com apenas um golpe/ação, e existem outros movimentos que, embora executados de uma só vez e em curtíssimo espaço de tempo, compreendem 4, 5 ou mais golpes e uma só ação. Neste último caso, os atos que compõe o golpe são passados fracionadamente aos alunos, de acordo com seu nível dentro do sistema, até que o aluno possa assimilar o movimento por completo, com todos os seus golpes.
Krav-Maga é também das poucas "artes-marciais" (sic) que aplica-se defesa e ataque ao mesmo tempo. Krav-Maga utiliza-se do elemento surpresa, técnica bastante utilizada nas forças armadas do mundo inteiro, que, no caso específico, consiste em fazer com que o adversário não espere uma reação do praticante.
Ensinamentos do Krav-Maga envolvem noções de manuseio de armas de fogo e armas brancas, pois só é possível defender-se de algo que se saiba como operar. Se a intenção é defender-se contra armas, é preciso saber manuseá-las basicamente, até mesmo para usá-las contra o agressor após tomá-las.
Os treinamentos de Krav-Maga, embora ocorram em tatames, são considerados como se em concreto estivesse. Isto por que o Krav-Maga tenta simular agressões da vida cotidiana o mais verossímil o possível. Também é ensinado no sistema de defesa israelense, como utilizar objetos "comuns" como armas, tais como canetas, "molhos" de chaves, enfim, o que estiver ao alcance do praticante/operador de Krav-Magá.
A depender da Escola de Krav-Maga a que se filiou, o Krav-Maga pode ser treinado com kimono de karatê, ou camiseta e calça preta, ou ainda, calça-tática, camiseta e coturno para os treinamentos em campo. É adotado o sistema de faixas, com vias a medir o conhecimento do aluno e também a incentivar o esmero nos treinamentos. As faixas são: branca, amarela, laranja, verde, azul, marrom, preta, vermelha-branca e vermelha.
Os movimentos de Krav-Maga utilizam-se muito do peso do corpo nos golpes, assim como a força do oponente contra ele mesmo. Os golpes do Krav-Maga objetivam sempre acertar pontos críticos do corpo humano, como genitália, olhos, cartilagens, ou tendões, de modo a fazer cessar de imediato a agressão ou fazer com que o agressor solte armas ou objetos. (no caso dos tendões)
Os treinamentos do Krav-Maga também podem se dar contra diversos oponentes, em ambientes confinados, ou em situações adversas (ataques inesperados, ou ambientes com pouca luminosidade).
Por ser um sistema de defesa criado no meio militar, e testado em várias guerras e conflitos envolvendo o Estado de Israel , é o combate corpo-a-corpo mais utilizada pela maioria de unidades de operações especiais militares e policiais de todo o mundo (Sayeret Matkal, S.A.S, Delta Force, U.S Mariners. SWAT, F.B.I, C.I.A, MOSSAD).
É controvertido o assunto relativo à propagação do Krav-Maga no mundo, pois vários alunos diretos de Imi chamam para si a sucessão deste, e alguns outros tentam fazer deste sistema uma propriedade particular. Outros percorrem o mundo fazendo exames para ganhar dinheiro dos praticantes, e outros ainda fazem patentes da expressão "Krav-Maga" nos países para ter exclusividade de ensino.
Mas o fato é que o Krav-Maga o desejo de Imi era que o Krav-Maga fosse difundido, ensinado e aplicado pela maioria das pessoas que desejassem se defender do modo mais eficiente o possível, bem como para que as forças armadas de seu país e aliados tivessem uma modalidade de combate corpo-a-corpo adequada às condições dos combatentes militares.
Em Israel, país de sua criação, é onde o Krav-Maga é mais praticado e difundido, e local onde se encontram os mais preparados praticantes. Nos demais países, é relativamente tímido o conhecimento da técnica por parte da população em geral, mas talvez seja a modalidade em maior crescimento em todos os países, por conta da violência urbana existente em todas as grandes metrópolis.
No Brasil, um dos mais graduados instrutores da técnica é o goiano Veruílson Nogueira, que atualmente preside a A.N.D.P - Associação Nacional de Defesa Pessoal, com sede em Goiânia/GO, local onde também se pode ter contato com o sistema de defesa Krav-Maga.
Por fim, Krav-Maga pode ser visto nos filmes "Nunca mais", com Jennifer Lopez, "Busca Implacável", com Liam Neeson, "Sherlock Holmes", com Robert Downey Jr. e na Trilogia Bourne, com Matt Damon (neste com mesclas da arte-marcial Kali-Silat das Filipinas).
Marina Silva
No meio de um processo eleitoral para a Presidência da República de tão baixo nível, ataques pessoais aos candidatos, rumores de corrupção envolvendo aliados próximos, pelo menos alguma coisa boa sobreviveu no meio da bagunça. Uma nova liderança política surgiu no país, não pela força dos partidos políticos ou de figurões da nossa história, mas pela força do povo. Ela é Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima.
Nascida e criada em um seringal acreano, vinda de família humilde, presenciando vários óbitos na família devido à doenças, Marina Silva, ela mesma, lutou muito e ainda luta para vencer os problemas de saúde que teve em decorrência da vida no seringal e do pouco acesso aos serviços de saúde de qualidade que se dispunha naquele tempo. Venceu cinco malárias, três hepatites e uma leishmaniose, além de tratamento contra contaminação por metais pesados, na época em que viveu no seringal.
Parceira da luta de Chico Mendes, ajudou na criação da CUT no Estado do Acre, foi vereadora, e aí já começou a se destacar na vida política com sua lealdade para com seus eleitores: devolveu ao Erário, verbas que recebia luxuosamente, e obrigou os demais vereadores a também fazê-lo, abrindo mão de todos os privilégios que a veeança detinha. Depois foi eleita deputada estadual, e à exemplo das duas candidaturas para vereadora, foi a campeã de votos também para a Assembléia Legislativa do Acre.
Depois disso, eleita Senadora da República pelo Estado do Acre e nomeada pelo presidente Lula, Ministra do Meio Ambiente, bateu de frente com os titulares de outras pastas em defesa de suas convicções, notadamente, do Meio Ambiente. Enfrentou lobbies de indústrias, interesses financeiros travestidos de "obras de infraestrutura", até não mais aguentar a pressão do sistema lobista e corrupto do Brasil, e sucumbir ante à força deste e dos outros Ministérios.
Reconhecida pelo Partido Verde Europeu como uma forte e emergente liderança no Brasil, foi indicada para ser candidata à presidência da república pela filial do partido no Brasil. Paralelamente à isto, começou a força do povo em torno do seu nome, em um movimento apartidário denominado "Movimento Marina Silva Presidente".
Começou aí a sua trajetória política baseada única e exclusivamente na força do povo. De acordo com o Datafolha, na véspera das eleições, atingiria não mais que 10% dos votos válidos, mas ao final das apurações, conseguiu 19, 33% dos votos válidos, totalizando 19.636.359, viabilizando com a sua força, o segundo turno no Brasil entre Dilma Rousseff e José Serra.
Durante sua campanha, Marina Silva foi o grande destaque nos debates e nas entrevistas. Mesmo tendo uma campanha humilde, com um partido considerado ainda pequeno, o PV, sem muitas alianças, com pouco tempo no horário eleitoral, Marina conseguiu passar a sua mensagem de um governo probo, que seria baseado na moralidade, eficiência, e nomeação aos cargos de primeiro e segundo escalões por critérios técnicos, e não políticos.
Mesmo lutando contra o covarde sistema eleitoral do Brasil, lutando contras as grandes coligações, os grandes partidos e "colaboradores" (empresários, banqueiros, empreiteiros, etc), Marina Silva conquistou expressivo número de votos, ganhando dos adversários em várias capitais importantes do Brasil, como Brasília e Belo Horizonte.
Notabilizou-se e ganhou a admiração de todos com sua humildade, carisma, modo sincero de tratar sobre assuntos sensíveis à vida política, e, ao contrário do que se pensava, falar com propriedade de assuntos outros que não o Meio Ambiente.
Surge uma nova força política no Brasil, baseada não na força dos grandes partidos, ou das grandes lideranças, mas baseada na integridade, na sinceridade, e nas soluções técnicas aos problemas de governo. Uma liderança que pela primeira vez na história política do Brasil, convidou o povo à participar de uma gestão na qual seriam escolhidos os melhores em cada área para estudar, coordenar e executar cada ponto crítico que o Brasil apresenta em sua economia, infra-estrutura, Meio Ambiente, saúde, segurança pública, tributação e orçamento, etc.
Seria algo totalmente inovador, pois sendo liderados com pessoas de origem e formação técnicas nas respectivas áreas de atuação, além de fazerem uma gestão de excelência, o fariam sem a sujeição aos conchavos políticos, aos lobistas, empresários e banqueiros que maculam e deturpam o exercício do poder político, o corrompe como traças.
Marina Silva é, verdadeiramente, a imagem do povo brasileiro, um povo humilde, batalhador e vencedor. Um povo que está cansado de assistir notícias de corrupção quase que diariamente, envolvendo todos os poderes em quase todos os Estados da Federação. Um povo que está cansado de ver denúncias, cassações, renúncias de líderes eleitos, cansado de ver dinheiro em panetone, em cuecas, em malas pretas, em conta fantasma de paraíso fiscal...povo farto de ver desvio de verbas para a saúde, para a segurança pública, verbas de gabinete milionárias, licitações fraudulentas, obras superfaturadas, cartões de crédito sem limites de gastos, nepotismo descarado, enfim, todo o tipo de mazela institucionalizada na política brasileira.
É uma pena eu não poder afirmar nestas linhas, que Marina certamente será um dia Presidente da República, exatamente por que os íntegros e probos não tem vez na política brasileira, e o povo ainda não acordou o suficiente para repugnar e rejeitar os favores eleitoreiros baseados na particular condição classista ou individual de cada um.
Marina também não iria aceitar apoios de políticos ficha suja, de biografia manchadas, para se eleger. Não iria aceitar apoio de partidos que não tem compromisso com a ética e a moral, e que já elegeram monstros da corrupção brasileira. Marina não iria aceitar acordo com empresários, banqueiros, para depois ficar atolada em favores e condições.
Todavia, o alerta surgiu: o povo está acordando, se levantando contra a corrupção e os desmandos na política. O povo está atento, não aguenta mais pagar tantos impostos em uma carga tributária campeã mundial, e ainda ter que morar em casas que parecem campos de concentração, condomínios fechados com forte segurança, pagar planos de saúde particulares, escolas particulares, por que o poder público simplesmente não consegue oferecer serviço público com mínima qualidade. A idéia de pagar altos impostos para ter todos estes serviços de qualidade, seria aceitável, mas pagá-los e ter ainda que recorrer ao particular para prestar os serviços no lugar do Estado, é inaceitável.
Marina Silva é a alternativa do povo que cansou das mazelas. Marina Silva representa o novo, a gestão técnica, a probidade administrativa. Ela surpreendeu nestas eleições, e o sentimento nacional que a ela se identifica vem só crescendo após as eleições, isto não parou. Admiradores brotam de todos os lugares do Brasil.
Um dia os grandes e poderosos políticos nacionais verão que contra o povo não se pode, verão o poder que o voto pode ter no meio de uma população revoltada com a má administração da máquina pública.
Marina Silva. Este é o nome da nova força política do Brasil, reconhecida internacionalmente, que irá muito longe ainda. Marina Silva é a esperança de que dias melhores virão, a esperança de que venham outros herdeiros dela, pessoas comprometidas com valores democráticos e gestão pública de excelência.
Marina Silva não só proporcionou este segundo turno, como também fundiu a cabeça dos cientistas políticos, que não conseguiram identificar de qual classe seus votos vieram. A resposta: eles não vieram de uma classe determinada, mas vieram de todos os segmentos da sociedade e de todos os lugares do Brasil. Marina Silva conseguiu unir católicos e evangélicos, empregados e empregadores, sulistas e nortistas, ricos e pobres, enfim, a todos.
Marina Silva. Guarde esse nome.
Nascida e criada em um seringal acreano, vinda de família humilde, presenciando vários óbitos na família devido à doenças, Marina Silva, ela mesma, lutou muito e ainda luta para vencer os problemas de saúde que teve em decorrência da vida no seringal e do pouco acesso aos serviços de saúde de qualidade que se dispunha naquele tempo. Venceu cinco malárias, três hepatites e uma leishmaniose, além de tratamento contra contaminação por metais pesados, na época em que viveu no seringal.
Parceira da luta de Chico Mendes, ajudou na criação da CUT no Estado do Acre, foi vereadora, e aí já começou a se destacar na vida política com sua lealdade para com seus eleitores: devolveu ao Erário, verbas que recebia luxuosamente, e obrigou os demais vereadores a também fazê-lo, abrindo mão de todos os privilégios que a veeança detinha. Depois foi eleita deputada estadual, e à exemplo das duas candidaturas para vereadora, foi a campeã de votos também para a Assembléia Legislativa do Acre.
Depois disso, eleita Senadora da República pelo Estado do Acre e nomeada pelo presidente Lula, Ministra do Meio Ambiente, bateu de frente com os titulares de outras pastas em defesa de suas convicções, notadamente, do Meio Ambiente. Enfrentou lobbies de indústrias, interesses financeiros travestidos de "obras de infraestrutura", até não mais aguentar a pressão do sistema lobista e corrupto do Brasil, e sucumbir ante à força deste e dos outros Ministérios.
Reconhecida pelo Partido Verde Europeu como uma forte e emergente liderança no Brasil, foi indicada para ser candidata à presidência da república pela filial do partido no Brasil. Paralelamente à isto, começou a força do povo em torno do seu nome, em um movimento apartidário denominado "Movimento Marina Silva Presidente".
Começou aí a sua trajetória política baseada única e exclusivamente na força do povo. De acordo com o Datafolha, na véspera das eleições, atingiria não mais que 10% dos votos válidos, mas ao final das apurações, conseguiu 19, 33% dos votos válidos, totalizando 19.636.359, viabilizando com a sua força, o segundo turno no Brasil entre Dilma Rousseff e José Serra.
Durante sua campanha, Marina Silva foi o grande destaque nos debates e nas entrevistas. Mesmo tendo uma campanha humilde, com um partido considerado ainda pequeno, o PV, sem muitas alianças, com pouco tempo no horário eleitoral, Marina conseguiu passar a sua mensagem de um governo probo, que seria baseado na moralidade, eficiência, e nomeação aos cargos de primeiro e segundo escalões por critérios técnicos, e não políticos.
Mesmo lutando contra o covarde sistema eleitoral do Brasil, lutando contras as grandes coligações, os grandes partidos e "colaboradores" (empresários, banqueiros, empreiteiros, etc), Marina Silva conquistou expressivo número de votos, ganhando dos adversários em várias capitais importantes do Brasil, como Brasília e Belo Horizonte.
Notabilizou-se e ganhou a admiração de todos com sua humildade, carisma, modo sincero de tratar sobre assuntos sensíveis à vida política, e, ao contrário do que se pensava, falar com propriedade de assuntos outros que não o Meio Ambiente.
Surge uma nova força política no Brasil, baseada não na força dos grandes partidos, ou das grandes lideranças, mas baseada na integridade, na sinceridade, e nas soluções técnicas aos problemas de governo. Uma liderança que pela primeira vez na história política do Brasil, convidou o povo à participar de uma gestão na qual seriam escolhidos os melhores em cada área para estudar, coordenar e executar cada ponto crítico que o Brasil apresenta em sua economia, infra-estrutura, Meio Ambiente, saúde, segurança pública, tributação e orçamento, etc.
Seria algo totalmente inovador, pois sendo liderados com pessoas de origem e formação técnicas nas respectivas áreas de atuação, além de fazerem uma gestão de excelência, o fariam sem a sujeição aos conchavos políticos, aos lobistas, empresários e banqueiros que maculam e deturpam o exercício do poder político, o corrompe como traças.
Marina Silva é, verdadeiramente, a imagem do povo brasileiro, um povo humilde, batalhador e vencedor. Um povo que está cansado de assistir notícias de corrupção quase que diariamente, envolvendo todos os poderes em quase todos os Estados da Federação. Um povo que está cansado de ver denúncias, cassações, renúncias de líderes eleitos, cansado de ver dinheiro em panetone, em cuecas, em malas pretas, em conta fantasma de paraíso fiscal...povo farto de ver desvio de verbas para a saúde, para a segurança pública, verbas de gabinete milionárias, licitações fraudulentas, obras superfaturadas, cartões de crédito sem limites de gastos, nepotismo descarado, enfim, todo o tipo de mazela institucionalizada na política brasileira.
É uma pena eu não poder afirmar nestas linhas, que Marina certamente será um dia Presidente da República, exatamente por que os íntegros e probos não tem vez na política brasileira, e o povo ainda não acordou o suficiente para repugnar e rejeitar os favores eleitoreiros baseados na particular condição classista ou individual de cada um.
Marina também não iria aceitar apoios de políticos ficha suja, de biografia manchadas, para se eleger. Não iria aceitar apoio de partidos que não tem compromisso com a ética e a moral, e que já elegeram monstros da corrupção brasileira. Marina não iria aceitar acordo com empresários, banqueiros, para depois ficar atolada em favores e condições.
Todavia, o alerta surgiu: o povo está acordando, se levantando contra a corrupção e os desmandos na política. O povo está atento, não aguenta mais pagar tantos impostos em uma carga tributária campeã mundial, e ainda ter que morar em casas que parecem campos de concentração, condomínios fechados com forte segurança, pagar planos de saúde particulares, escolas particulares, por que o poder público simplesmente não consegue oferecer serviço público com mínima qualidade. A idéia de pagar altos impostos para ter todos estes serviços de qualidade, seria aceitável, mas pagá-los e ter ainda que recorrer ao particular para prestar os serviços no lugar do Estado, é inaceitável.
Marina Silva é a alternativa do povo que cansou das mazelas. Marina Silva representa o novo, a gestão técnica, a probidade administrativa. Ela surpreendeu nestas eleições, e o sentimento nacional que a ela se identifica vem só crescendo após as eleições, isto não parou. Admiradores brotam de todos os lugares do Brasil.
Um dia os grandes e poderosos políticos nacionais verão que contra o povo não se pode, verão o poder que o voto pode ter no meio de uma população revoltada com a má administração da máquina pública.
Marina Silva. Este é o nome da nova força política do Brasil, reconhecida internacionalmente, que irá muito longe ainda. Marina Silva é a esperança de que dias melhores virão, a esperança de que venham outros herdeiros dela, pessoas comprometidas com valores democráticos e gestão pública de excelência.
Marina Silva não só proporcionou este segundo turno, como também fundiu a cabeça dos cientistas políticos, que não conseguiram identificar de qual classe seus votos vieram. A resposta: eles não vieram de uma classe determinada, mas vieram de todos os segmentos da sociedade e de todos os lugares do Brasil. Marina Silva conseguiu unir católicos e evangélicos, empregados e empregadores, sulistas e nortistas, ricos e pobres, enfim, a todos.
Marina Silva. Guarde esse nome.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Algumas reflexões desta semana e uma lembrança para toda a vida
Fatos ocorridos no cotidiano me levaram a pensar determinadas coisas, e é assim que vêm a inspiração para escrever. Vamos à algumas delas.
A materialização (coisificação) do ser humano.
O ser humano tem perdido o seu valor, o seu espaço em meio às coisas. O ser cedeu lugar para o ter. O eu deu lugar ao isto. Discussões sobre o aborto, notadamente, acerca de sua descriminalização, me veio a pensar nisso: o feto que se mata não é "coisa", é um ser.
O feto que se mata, não é um prolongamento do corpo da mulher, não é um acessório da vida da mulher. É uma outra vida. A pena do crime de roubo simples é muito maior do que a pena para o aborto, e naquele, o Estado tutela o patrimônio, e neste, a vida.
O critério para a adoção de penas cominadas às condutas delituosas, guardam relação com o grau de reprovabilidade desta conduta no seio social, e também como um quantum de reprimenda para que tal fato não venha a acontecer. Deste modo, pelo menos neste particular, o legislador ordinário entendeu que a vida vale menos do que o patrimônio.
Outra reflexão sobre esta mesma idéia de que o ser humano tem perdido o valor: é crescente o apelo pela proteção ao meio ambiente, da idéia de termos um ambiente ecologicamente equilibrado para as futuras gerações. Tende a legislação, em todo mundo, a dar maior reprimenda àquele que fere um especimen em extinção, do que aquele que fere o seu semelhante.
Isso sem adentrar no mérito de que passamos a maior parte das nossas horas, dos nossos dias, atrás do dinheiro, do capital, largando em segundo plano amigos, família, cônjuges, etc.
Quanto ao aborto, não tenho a pretensão de adentrar no mérito de tão controvertida questão, apenas fazer um paralelo entre a queda do valor da vida e tal tema.
Por outro turno, destacar a estréia de Tropa de Elite 2. Não sou crítico de cinema nem estraga prazeres. Não vou contar o filme. Apenas dizer que ele assombra pela verossimilhança que guarda com a realidade. Qualquer semelhança entre os fatos narrados no filme, e o que ocorre nos poderes constituídos do Estado "é mera coincidência". Assusta quando você assiste, mas assombra quando você lembra que é mais pura e hedionda realidade.
Por fim, lembrar o resgate dos mineiros no Chile. Quantos de nós reclamamos e murmuramos de pequenas coisas corriqueiras, não damos valor à vida que temos, e não somos gratos à Deus pela saúde e pela condição que Ele nos propicia.
Vendo o drama naqueles 33 homens confinados debaixo de muita terra, faz-nos voltar a nós e lembrar o quanto nossa vida é boa, tranquila, agradável. Por enquanto, não somos uma geração que vivenciou cataclismas, guerras sangrentas, que ceifaram milhares de milhões de vidas. Terremotos, guerras-civis, maremotos, epidemias que exterminaram populações.
Por enquanto, reitero, vivemos em um mundo de paz entre as nações, sem desastres naturais de grandes proporções, e livres de epidemias graves. Mas continuamos murmurando e reclamando por coisas ínfimas, fúteis, que muitas das vezes nos fazem perder tempo de viver uma vida de qualidade.
O ser humano virou uma "coisa". A coisa tomou lugar da importância do ser humano. Com facilidade se mata, se fere uma pessoa...como nunca se viu tanta frieza. Acostumamos quando os noticiários mostram um homicídio. Queremos amor e afeto, mas não os damos a alguém, nós barganhamos. Temos capacidade de amar só quando somos retribuídos...
Sorte nossa, os que crêem em Deus...
por que para Ele não somos "coisas" de pouco valor. Somos a jóia mais preciosa do universo. Ele nos ama sem exigir nada em troca. Nos deu o Seu infinito Amor. Prova disso, entregou seu único Filho à morte, para que hoje tenhamos a vida.
Por uma traição, por uma mágoa, nós acabamos com o próximo e com o que ele representa para nós, pois somos incapazes de perdoar. Mas nós traímos e magoamos o coração de Deus todos os dias quando pecamos, e mesmo assim Ele nos perdoa, mesmo sendo Ele Santo.
Para Ele, valemos mais do que todas as riquezas e todas as criações do mundo. Cada um vale mais do que toda a criação. Somos supervalorizados por Ele, tanto que deu o que tinha de maior valor - Seu Filho - para perecer por nós.
Você, caro leitor (a). Hoje mesmo você pode estar se sentindo sem valor, pode estar se sentindo uma "coisa", um "objeto" descartável.
Mas para Deus...
...ah se soubessemos como Ele nos ama...
...para Deus você é a maior preciosidade do universo.
Sempre lembre-se disso: Deus o ama.
Deus o ama
Música: "How He loves us - Jesus Culture"
Versão: Salma
"Ele tem ciúmes de mim, seu amor é como um furacão e eu como uma árvore a balançar pelo vento de sua misericórdia.
E quando eu me esqueço de minhas aflições, elas são ofuscadas por Sua Glória
Posso perceber quão lindo Tú és e quão grande é o Teu carinho por mim
Oh, como Ele nos ama tanto, Oh como Ele nos Ama, como Ele nos ama tanto
Nos ama tanto (3x) Ele nos ama"
Jesus Culture - Live
How he loves us
A materialização (coisificação) do ser humano.
O ser humano tem perdido o seu valor, o seu espaço em meio às coisas. O ser cedeu lugar para o ter. O eu deu lugar ao isto. Discussões sobre o aborto, notadamente, acerca de sua descriminalização, me veio a pensar nisso: o feto que se mata não é "coisa", é um ser.
O feto que se mata, não é um prolongamento do corpo da mulher, não é um acessório da vida da mulher. É uma outra vida. A pena do crime de roubo simples é muito maior do que a pena para o aborto, e naquele, o Estado tutela o patrimônio, e neste, a vida.
O critério para a adoção de penas cominadas às condutas delituosas, guardam relação com o grau de reprovabilidade desta conduta no seio social, e também como um quantum de reprimenda para que tal fato não venha a acontecer. Deste modo, pelo menos neste particular, o legislador ordinário entendeu que a vida vale menos do que o patrimônio.
Outra reflexão sobre esta mesma idéia de que o ser humano tem perdido o valor: é crescente o apelo pela proteção ao meio ambiente, da idéia de termos um ambiente ecologicamente equilibrado para as futuras gerações. Tende a legislação, em todo mundo, a dar maior reprimenda àquele que fere um especimen em extinção, do que aquele que fere o seu semelhante.
Isso sem adentrar no mérito de que passamos a maior parte das nossas horas, dos nossos dias, atrás do dinheiro, do capital, largando em segundo plano amigos, família, cônjuges, etc.
Quanto ao aborto, não tenho a pretensão de adentrar no mérito de tão controvertida questão, apenas fazer um paralelo entre a queda do valor da vida e tal tema.
Por outro turno, destacar a estréia de Tropa de Elite 2. Não sou crítico de cinema nem estraga prazeres. Não vou contar o filme. Apenas dizer que ele assombra pela verossimilhança que guarda com a realidade. Qualquer semelhança entre os fatos narrados no filme, e o que ocorre nos poderes constituídos do Estado "é mera coincidência". Assusta quando você assiste, mas assombra quando você lembra que é mais pura e hedionda realidade.
Por fim, lembrar o resgate dos mineiros no Chile. Quantos de nós reclamamos e murmuramos de pequenas coisas corriqueiras, não damos valor à vida que temos, e não somos gratos à Deus pela saúde e pela condição que Ele nos propicia.
Vendo o drama naqueles 33 homens confinados debaixo de muita terra, faz-nos voltar a nós e lembrar o quanto nossa vida é boa, tranquila, agradável. Por enquanto, não somos uma geração que vivenciou cataclismas, guerras sangrentas, que ceifaram milhares de milhões de vidas. Terremotos, guerras-civis, maremotos, epidemias que exterminaram populações.
Por enquanto, reitero, vivemos em um mundo de paz entre as nações, sem desastres naturais de grandes proporções, e livres de epidemias graves. Mas continuamos murmurando e reclamando por coisas ínfimas, fúteis, que muitas das vezes nos fazem perder tempo de viver uma vida de qualidade.
O ser humano virou uma "coisa". A coisa tomou lugar da importância do ser humano. Com facilidade se mata, se fere uma pessoa...como nunca se viu tanta frieza. Acostumamos quando os noticiários mostram um homicídio. Queremos amor e afeto, mas não os damos a alguém, nós barganhamos. Temos capacidade de amar só quando somos retribuídos...
Sorte nossa, os que crêem em Deus...
por que para Ele não somos "coisas" de pouco valor. Somos a jóia mais preciosa do universo. Ele nos ama sem exigir nada em troca. Nos deu o Seu infinito Amor. Prova disso, entregou seu único Filho à morte, para que hoje tenhamos a vida.
Por uma traição, por uma mágoa, nós acabamos com o próximo e com o que ele representa para nós, pois somos incapazes de perdoar. Mas nós traímos e magoamos o coração de Deus todos os dias quando pecamos, e mesmo assim Ele nos perdoa, mesmo sendo Ele Santo.
Para Ele, valemos mais do que todas as riquezas e todas as criações do mundo. Cada um vale mais do que toda a criação. Somos supervalorizados por Ele, tanto que deu o que tinha de maior valor - Seu Filho - para perecer por nós.
Você, caro leitor (a). Hoje mesmo você pode estar se sentindo sem valor, pode estar se sentindo uma "coisa", um "objeto" descartável.
Mas para Deus...
...ah se soubessemos como Ele nos ama...
...para Deus você é a maior preciosidade do universo.
Sempre lembre-se disso: Deus o ama.
Deus o ama
Música: "How He loves us - Jesus Culture"
Versão: Salma
"Ele tem ciúmes de mim, seu amor é como um furacão e eu como uma árvore a balançar pelo vento de sua misericórdia.
E quando eu me esqueço de minhas aflições, elas são ofuscadas por Sua Glória
Posso perceber quão lindo Tú és e quão grande é o Teu carinho por mim
Oh, como Ele nos ama tanto, Oh como Ele nos Ama, como Ele nos ama tanto
Nos ama tanto (3x) Ele nos ama"
Jesus Culture - Live
How he loves us
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Os 22 da Constituição da República
Hoje a Constituição da República Federativa do Brasil completa 22 anos de existência, ou seja, há 22 anos que ela foi promulgada pela Assembléia Nacional Constituinte, e a data é sugestiva para que todos nós façamos uma reflexão acerca das mudanças por ela trazidas no meio social.
Muita crítica se tem feito com relação ao texto de nossa Magna Carta, sendo recorrente que os juristas que se dedicam ao seu estudo, dizerem que ela é muito prolixa, descendo a detalhes que não correspondem exatamente ao conteúdo material de uma Constituição. Tome-se como exemplo o exemplo mais trazido por estes estudiosos é o do texto do § 2º do art. 242, onde está dito: “O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.”
Tem-se falado que esta característica, qual seja, de que o texto da Constituição da República trouxe em seu texto um número grande de disposições normativas, de certo modo dificultou o processo de interpretação evolutiva das normas a cargo do Tribunal Constitucional, em nosso caso, o Supremo Tribunal Federal. Por outro turno, também é voz corrente a de que a Constituição da República, além de extensa, sofreu muitas reformas em seu texto (hoje conta com mais de 60 mudanças de seu texto original), o que encerra por deixar um prejuízo à integridade do texto constitucional e deixa a cargo do Legislativo, e não do Judiciário a tarefa de dar interpretação à Constituição e nela operar as mudanças necessárias para sua atual projeção na sociedade.
E neste particular, muito se fala acerca da Constituição norte-americana, em contraposição a estas características negativas que apresenta a Lei Maior brasileira, pelo que se sabe que a Constituição norte-americana é a mesma há mais de 200 anos e conta com apenas 7 artigos em seu texto, deixando para a Suprema Corte Americana o papel de interpretar a Constituição, adequando o seu sentido à velocidade das mudanças evolutivas que se operam na sociedade daquele país.
Todavia, embora tais críticas sejam, como dito, recorrentes na doutrina, insta pontuar que são inegáveis os avanços e as conquistas trazidas pela nossa Carta Constitucional, sendo considerada hoje a mais generosa na positivação de dispositivos que conferem direitos aos seus nacionais.
Também é imperioso lembrar o momento histórico que se passava o Brasil quando da reunião da Assembléia Nacional Constituinte. O país desde 1964 por ocasião do Golpe Militar estava em regime de exceção constitucional, com sua democracia totalmente comprometida, e após este período, passava por um longo é árduo processo de redemocratização, levando milhões de brasileiros às ruas no movimento que ficou conhecido como “Diretas Já”, e assim, aos poucos, o povo brasileiro foi conquistando os direitos outrora perdidos, os quais foram coroados com a obra dos constituintes de 1988, apelidada por Ulysses Guimarães, seu presidente, como “Constituição-Cidadã”.
No bojo do seu texto, uma extensa lista de direitos e garantias aos indivíduos, previsão de normas de caráter dirigente ou programáticas, que impõe ao Poder Público o dever de implementar políticas visando atender aos anseios e necessidades da sociedade; um capítulo dedicado aos servidores públicos, enriquecido com a Emenda nº 19/98, que trouxe mecanismos que tornaram a Administração Pública mais moderna, gerencial; no capítulo dedicado ao Poder Judiciário, também enriquecido por via da Emenda nº 45, a previsão da celeridade e modernização da prestação jurisdicional no Brasil, a criação do Conselho Nacional de Justiça, dentre outros avanços.
No campo da tributação e do orçamento, uma melhor divisão no sistema tributário nacional, prestigiando o pacto federativo, conferindo aos Estados e Municípios uma moderna e eficiente distribuição da receita por parte da União, de modo a não concentrar nas mãos deste ente o Erário, proporcionando aos Estados-Membros e Municípios uma maior autonomia e independência. Não que se pretenda dizer que é o ideal, mas contribui para que Estados e Municípios não se sujeitem a circunstâncias político-partidárias que obstem a distribuição de receitas e investimentos feitos de maneira isonômica pela União, o que poderia encerrar o desenvolvimento desigual de determinadas regiões.
Houve ainda o fortalecimento do Ministério Público, instituição importantíssima na defesa dos interesses e direitos difusos e coletivos, como os do consumidor, na tutela do meio-ambiente, patrimônio histórico e cultural, e dos menores. Não poderia deixar de mencionar também a importância de princípios como o da liberdade de expressão, que vem a dar força e segurança ao trabalho da imprensa, sendo esta uma das instituições mais importantes para a manutenção da democracia, e a vigilância dos poderes constituídos, reprimindo os abusos e desmandos cometidos no seio social. Reitero: muito importante o papel da imprensa, denunciando esquemas de corrupção na política com absoluta isenção, e pelos abusos cometidos pelos braços mais autoritários do Estado.
Com relação à afirmação segundo a qual a Carta brasileira é prolixa, é possível fazer uma relação entre este fato e o receio dos constituintes em ter uma Constituição facilmente “rasgada” por obra de revolucionários que poderiam atentar contra o Estado de Direito. Por isto mesmo foi previsto em seu texto um núcleo imodificável – as cláusulas pétreas – no qual se procurou dar estabilidade jurídica a determinadas conquistas, direitos e prerrogativas conquistadas pelo povo brasileiro, como o pacto federativo, os direitos e garantias fundamentais, o voto direto, secreto, universal e periódico, e a separação de poderes.
Com efeito, quis o legislador constituinte evitar que o país sofresse novamente um golpe militar, ou que tivesse uma democracia “de fachada”, como aliás, é visto até nos dias atuais em alguns países da América Latina. A Assembléia Nacional Constituinte foi formada, em sua grande maioria, por parlamentares perseguidos durante o Estado de exceção, alguns deles presos, torturados e expulsos do país por defenderem a manutenção da democracia. Por isto, justificável que o produto de seu trabalho fosse um texto prolixo, em parte imutável e em outra passível de modificação apenas por um processo mais difícil do que o permitido para alterações de diplomas legais.
Enfim, penso ser descabida a comparação entre as experiências constitucionais brasileira e norte-americana, exatamente por que elaboradas em momentos muito distintos, e tendo como destinatários povos com ideais, costumes e cultura também diferentes. A realidade americana, notadamente, a estabilidade política que se nota naquele país, contribui para que as instituições sejam mais sólidas, o que por sua vez, confere ao Poder Judiciário maior medida de confiabilidade por parte daqueles nacionais.
Apesar dos escândalos que permeiam a política brasileira e que quase diariamente estampam a capa dos jornais, o Brasil tem crescido, e sob a égide desta Constituição tem vivido o mais longo período de estabilidade democrática de sua história. Dos países latino-americanos, podemos dizer com segurança que o Brasil é o mais democrático deles, bastando lembrar o ocorrido no Equador na semana passada, onde se viu uma séria ameaça à estabilidade institucional do país, e do lamentável quadro de “pseudo-democracia” instalada nos nossos países vizinhos.
Talvez ainda não seja o ideal, o que queremos para o país. Mas hoje o povo brasileiro pode se orgulhar de ter um país democrático, livre e juridicamente seguro, algo que era difícil de pensar em um passado não muito distante. A Constituição brasileira de 1988 conseguiu refletir as várias correntes de pensamento da sociedade, a vontade política do povo, mesmo tendo reconquistado sua democracia há pouquíssimo tempo atrás. Por último, é sempre válido lembrar as felizes palavras do constitucionalista Luiz Roberto Barroso: “a constituição brasileira de 1988 não é a carta de nossa maturidade institucional, mas de nossas circunstâncias”.
Muita crítica se tem feito com relação ao texto de nossa Magna Carta, sendo recorrente que os juristas que se dedicam ao seu estudo, dizerem que ela é muito prolixa, descendo a detalhes que não correspondem exatamente ao conteúdo material de uma Constituição. Tome-se como exemplo o exemplo mais trazido por estes estudiosos é o do texto do § 2º do art. 242, onde está dito: “O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.”
Tem-se falado que esta característica, qual seja, de que o texto da Constituição da República trouxe em seu texto um número grande de disposições normativas, de certo modo dificultou o processo de interpretação evolutiva das normas a cargo do Tribunal Constitucional, em nosso caso, o Supremo Tribunal Federal. Por outro turno, também é voz corrente a de que a Constituição da República, além de extensa, sofreu muitas reformas em seu texto (hoje conta com mais de 60 mudanças de seu texto original), o que encerra por deixar um prejuízo à integridade do texto constitucional e deixa a cargo do Legislativo, e não do Judiciário a tarefa de dar interpretação à Constituição e nela operar as mudanças necessárias para sua atual projeção na sociedade.
E neste particular, muito se fala acerca da Constituição norte-americana, em contraposição a estas características negativas que apresenta a Lei Maior brasileira, pelo que se sabe que a Constituição norte-americana é a mesma há mais de 200 anos e conta com apenas 7 artigos em seu texto, deixando para a Suprema Corte Americana o papel de interpretar a Constituição, adequando o seu sentido à velocidade das mudanças evolutivas que se operam na sociedade daquele país.
Todavia, embora tais críticas sejam, como dito, recorrentes na doutrina, insta pontuar que são inegáveis os avanços e as conquistas trazidas pela nossa Carta Constitucional, sendo considerada hoje a mais generosa na positivação de dispositivos que conferem direitos aos seus nacionais.
Também é imperioso lembrar o momento histórico que se passava o Brasil quando da reunião da Assembléia Nacional Constituinte. O país desde 1964 por ocasião do Golpe Militar estava em regime de exceção constitucional, com sua democracia totalmente comprometida, e após este período, passava por um longo é árduo processo de redemocratização, levando milhões de brasileiros às ruas no movimento que ficou conhecido como “Diretas Já”, e assim, aos poucos, o povo brasileiro foi conquistando os direitos outrora perdidos, os quais foram coroados com a obra dos constituintes de 1988, apelidada por Ulysses Guimarães, seu presidente, como “Constituição-Cidadã”.
No bojo do seu texto, uma extensa lista de direitos e garantias aos indivíduos, previsão de normas de caráter dirigente ou programáticas, que impõe ao Poder Público o dever de implementar políticas visando atender aos anseios e necessidades da sociedade; um capítulo dedicado aos servidores públicos, enriquecido com a Emenda nº 19/98, que trouxe mecanismos que tornaram a Administração Pública mais moderna, gerencial; no capítulo dedicado ao Poder Judiciário, também enriquecido por via da Emenda nº 45, a previsão da celeridade e modernização da prestação jurisdicional no Brasil, a criação do Conselho Nacional de Justiça, dentre outros avanços.
No campo da tributação e do orçamento, uma melhor divisão no sistema tributário nacional, prestigiando o pacto federativo, conferindo aos Estados e Municípios uma moderna e eficiente distribuição da receita por parte da União, de modo a não concentrar nas mãos deste ente o Erário, proporcionando aos Estados-Membros e Municípios uma maior autonomia e independência. Não que se pretenda dizer que é o ideal, mas contribui para que Estados e Municípios não se sujeitem a circunstâncias político-partidárias que obstem a distribuição de receitas e investimentos feitos de maneira isonômica pela União, o que poderia encerrar o desenvolvimento desigual de determinadas regiões.
Houve ainda o fortalecimento do Ministério Público, instituição importantíssima na defesa dos interesses e direitos difusos e coletivos, como os do consumidor, na tutela do meio-ambiente, patrimônio histórico e cultural, e dos menores. Não poderia deixar de mencionar também a importância de princípios como o da liberdade de expressão, que vem a dar força e segurança ao trabalho da imprensa, sendo esta uma das instituições mais importantes para a manutenção da democracia, e a vigilância dos poderes constituídos, reprimindo os abusos e desmandos cometidos no seio social. Reitero: muito importante o papel da imprensa, denunciando esquemas de corrupção na política com absoluta isenção, e pelos abusos cometidos pelos braços mais autoritários do Estado.
Com relação à afirmação segundo a qual a Carta brasileira é prolixa, é possível fazer uma relação entre este fato e o receio dos constituintes em ter uma Constituição facilmente “rasgada” por obra de revolucionários que poderiam atentar contra o Estado de Direito. Por isto mesmo foi previsto em seu texto um núcleo imodificável – as cláusulas pétreas – no qual se procurou dar estabilidade jurídica a determinadas conquistas, direitos e prerrogativas conquistadas pelo povo brasileiro, como o pacto federativo, os direitos e garantias fundamentais, o voto direto, secreto, universal e periódico, e a separação de poderes.
Com efeito, quis o legislador constituinte evitar que o país sofresse novamente um golpe militar, ou que tivesse uma democracia “de fachada”, como aliás, é visto até nos dias atuais em alguns países da América Latina. A Assembléia Nacional Constituinte foi formada, em sua grande maioria, por parlamentares perseguidos durante o Estado de exceção, alguns deles presos, torturados e expulsos do país por defenderem a manutenção da democracia. Por isto, justificável que o produto de seu trabalho fosse um texto prolixo, em parte imutável e em outra passível de modificação apenas por um processo mais difícil do que o permitido para alterações de diplomas legais.
Enfim, penso ser descabida a comparação entre as experiências constitucionais brasileira e norte-americana, exatamente por que elaboradas em momentos muito distintos, e tendo como destinatários povos com ideais, costumes e cultura também diferentes. A realidade americana, notadamente, a estabilidade política que se nota naquele país, contribui para que as instituições sejam mais sólidas, o que por sua vez, confere ao Poder Judiciário maior medida de confiabilidade por parte daqueles nacionais.
Apesar dos escândalos que permeiam a política brasileira e que quase diariamente estampam a capa dos jornais, o Brasil tem crescido, e sob a égide desta Constituição tem vivido o mais longo período de estabilidade democrática de sua história. Dos países latino-americanos, podemos dizer com segurança que o Brasil é o mais democrático deles, bastando lembrar o ocorrido no Equador na semana passada, onde se viu uma séria ameaça à estabilidade institucional do país, e do lamentável quadro de “pseudo-democracia” instalada nos nossos países vizinhos.
Talvez ainda não seja o ideal, o que queremos para o país. Mas hoje o povo brasileiro pode se orgulhar de ter um país democrático, livre e juridicamente seguro, algo que era difícil de pensar em um passado não muito distante. A Constituição brasileira de 1988 conseguiu refletir as várias correntes de pensamento da sociedade, a vontade política do povo, mesmo tendo reconquistado sua democracia há pouquíssimo tempo atrás. Por último, é sempre válido lembrar as felizes palavras do constitucionalista Luiz Roberto Barroso: “a constituição brasileira de 1988 não é a carta de nossa maturidade institucional, mas de nossas circunstâncias”.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
América latina e a frágil democracia
Impressiona como a instabilidade do Estado de Direito impera na América Latina. Ontem, o presidente do Equador, após reduzir salários dos policiais, ficou à "um beiço de uma pulga" de ver o início de um golpe de estado durante seu mandato.
Rafael Correa foi hostilizado por milhares de policiais revoltados com as medidas (e de populares insatisfeitos com seu governo), foi atacado, ferido, e oprimido em um hospital de Quito, cercado por policiais. Nisto, ficou "na mão" das Forças Armadas do país - se eles o apoiassem, a crise seria contornada...se não apoiassem, estaria pronto o golpe militar.
Por sorte dele, os militares estavam em seu favor, e o resgataram do hospital. Em seguida, foi decretado o estado de exceção constitucional, sustando as garantias individuais, dando poderes de polícia às Forças Armadas, determinando toque de recolher, etc...
Bom, aí nunca é demais lembrar: Hugo Chávez é um ditadorzinho, um presidente de farda e coturno, "à imagem e semelhança do então jovem Fidel Castro", que dá "aparência" de Estado Democrático em seu país para se legitimar (e perpetuar) no poder. Os mecanismos democráticos só servem para dar ares de legalidade ao poder totalitário do ditador.
Seguem a mesma linha, Cristina Kirchner da Argentina, que ao ser atacada pela imprensa, fecha o jornal responsável pela publicação; Evo Morales, da Bolívia, que vive pressionando o Congresso, expulsando multinacionais do seu país e dando calote do que deve, e Colômbia com dificuldades tremendas de garantir sua soberania ante as FARCs, etc...
O Brasil, de todos os paises latino-americanos, é o que tem mais vocação em termos de estabilidade institucional, mas não custa lembrar as tentativas do governo petista em controlar e fiscalizar a imprensa (primeiro "sintoma" de ofensa à democracia), e a edição de medidas provisórias com força de lei à toque de caixa, sendo que estas espécies legislativas deveriam ser utilizadas apenas em caso de relevância e urgência.
A tendência de perpetuação no poder de um partido político também causa preocupação, como se fosse uma espécie de ditadura velada. O povo brasileiro deveria ter preocupação de alternar os partidos que se encontram no poder, como forma até de minimizar os efeitos desastrosos da reeleição.
É impressionante como os países da América Latina simplesmente não conseguem se manter de modo democrático, respeitando os direitos e garantias individuais e coletivos, a imprensa, o Congresso, enfim, os seus nacionais. A instabilidade institucional na América Latina é um barril de pólvora, pois os Estados Unidos, que faz às vezes de "polícia mundial" (atuando com pretexto de corrigir situações extremas, mas com motivação econômica velada) pode a qualquer momento entrar em rota de colisão com as Forças Armadas destes países. Isto se não ocorrerem guerras civis, ou entre os próprios países que compõem o Mercosul.
Rafael Correa foi hostilizado por milhares de policiais revoltados com as medidas (e de populares insatisfeitos com seu governo), foi atacado, ferido, e oprimido em um hospital de Quito, cercado por policiais. Nisto, ficou "na mão" das Forças Armadas do país - se eles o apoiassem, a crise seria contornada...se não apoiassem, estaria pronto o golpe militar.
Por sorte dele, os militares estavam em seu favor, e o resgataram do hospital. Em seguida, foi decretado o estado de exceção constitucional, sustando as garantias individuais, dando poderes de polícia às Forças Armadas, determinando toque de recolher, etc...
Bom, aí nunca é demais lembrar: Hugo Chávez é um ditadorzinho, um presidente de farda e coturno, "à imagem e semelhança do então jovem Fidel Castro", que dá "aparência" de Estado Democrático em seu país para se legitimar (e perpetuar) no poder. Os mecanismos democráticos só servem para dar ares de legalidade ao poder totalitário do ditador.
Seguem a mesma linha, Cristina Kirchner da Argentina, que ao ser atacada pela imprensa, fecha o jornal responsável pela publicação; Evo Morales, da Bolívia, que vive pressionando o Congresso, expulsando multinacionais do seu país e dando calote do que deve, e Colômbia com dificuldades tremendas de garantir sua soberania ante as FARCs, etc...
O Brasil, de todos os paises latino-americanos, é o que tem mais vocação em termos de estabilidade institucional, mas não custa lembrar as tentativas do governo petista em controlar e fiscalizar a imprensa (primeiro "sintoma" de ofensa à democracia), e a edição de medidas provisórias com força de lei à toque de caixa, sendo que estas espécies legislativas deveriam ser utilizadas apenas em caso de relevância e urgência.
A tendência de perpetuação no poder de um partido político também causa preocupação, como se fosse uma espécie de ditadura velada. O povo brasileiro deveria ter preocupação de alternar os partidos que se encontram no poder, como forma até de minimizar os efeitos desastrosos da reeleição.
É impressionante como os países da América Latina simplesmente não conseguem se manter de modo democrático, respeitando os direitos e garantias individuais e coletivos, a imprensa, o Congresso, enfim, os seus nacionais. A instabilidade institucional na América Latina é um barril de pólvora, pois os Estados Unidos, que faz às vezes de "polícia mundial" (atuando com pretexto de corrigir situações extremas, mas com motivação econômica velada) pode a qualquer momento entrar em rota de colisão com as Forças Armadas destes países. Isto se não ocorrerem guerras civis, ou entre os próprios países que compõem o Mercosul.
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