sexta-feira, 2 de julho de 2010

A Eliminação da Seleção Brasileira

À muito tempo resisti em criar um blog. Modéstia à parte, sempre tive facilidade para escrever, organizar idéias e reduzí-las à termo. Mas acho que hoje, dia da eliminação da Seleção Brasileira diante da Holanda, pelas quartas de final da Copa do Mundo 2010 - África do Sul, ficou definitivamente difícil ficar "calado"...

Hoje, por óbvio, vou escrever sobre a Seleção Brasileira. Mas serão comuns postagens sobre Direito e Justiça, sobre futebol, política, religião e economia (bem como fatos do cotidiano, comentários sobre notícias).

Foi triste para todos nós, brasileiros, vermos a eliminação da Seleção Brasileira. As imagens do jogo falam por si, sobre os erros individuais, etc...

Todavia, cumpre falar sobre o que todo mundo viu que estava errado desde a Convocação da Seleção, sendo que expressões como "coerência" e "comprometimento" serviriam de base para justificar o injustificável.

Em primeiro lugar, o posto de treinador da Seleção mais poderosa do mundo, não pode ficar à cargo de um principiante na profissão. Evidente que Dunga teve conquistas: 1º lugar nas Eliminatórias, Copa das Confederações, Copa América. Todavia, Copa do Mundo é uma competição diferente, de "tiro-curto", sendo imprescindível que o treinador tenha condições de contar com um elenco capaz de atuar nas mais variadas situações e adversidades acontecidas durante um jogo.

Cumpre lembrar que o treinador começou errando, ao convocar jogadores que foram bem com ele há dois anos atrás, mas que no momento atual não vinham fazendo boas temporadas em seus respectivos clubes, alguns até sem jogar: é o caso de Kléberson, Felipe Mello, Doni, que não vinham jogando, além do machucado Kaká; e o caso de Gilberto Silva, Gomes, Gilberto, e Nilmar, que não vinham sendo destaques de suas equipes.

Por outro lado, foram escolhidos nomes sem grande "expressão" no futebol mundial, daqueles que quando entram em campo, o mais desavisado torcedor ou mesmo adversário nem sabe o nome: Michel Bastos, Ramires, e Elano. Pergunte aí à sua mãe ou à sua irmã, se elas conheciam algum destes três jogadores!?

Lembro bem também, quando, na sua convocação, Dunga disse que convocava alguns jogadores por "consideração", caso do goleiro Doni, que perdeu a titularidade na Roma após brigar para jogar a Copa América, deixando preterido o excelente goleiro Vítor, do Grêmio na lista final.

Com isto, o que se viu foi um selecionado extremamente limitado, sem um banco de reservas capaz de mudar a história de um jogo, alternar o modo tático da equipe jogar. Também, não tivemos reservas à (pouca) altura dos titulares. Sem esforço, lembramo-nos de Ronaldinho Gaúcho (o maior craque nacional em atividade e um dos maiores de todos os tempos), o regular meia santista Paulo Henrique Ganso, o brilhante Alex "Cabeção", jogando hoje na Turquia, o versátil volante São-Paulino Hernanes, o rápido e imprevisível Neymar, e o "monstro" canhoto Adriano.

Além destes, podemos destacar Roberto Carlos, que mesmo com a má imagem deixada no Mundial da Alemanha (quando permitiu que Henry marcasse um gol em suas costas enquanto ajeitava o meião), joga melhor do que os dois escolhidos pelo técnico canarinho para a posição.

Tivemos uma Seleção de elenco medíocre, incapaz de mudar a maneira de atuar durante o jogo. Um time que o forte sempre foi o contra-ataque (de se recordar como sofremos nas Eliminatórias quando jogamos contra times retranqueiros), que não sabia criar jogadas ofensivas contra times que marcam bem. Basta lembrar o aperto que passamos contra o Chile porquanto estava zerado o placar, até que Juan estufasse as redes.

A defesa, talvez uma das melhores de todos os tempos, no final, bateu cabeça. Júlio César, seguramente o melhor goleiro do mundo, falhou. Seja por que não gritou para o estabanado volante Felipe Mello que a bola era dele, seja por que deveria ter ficado no gol. Aliás, Júlio não foi testado nos jogos anteriores. Como bem disse Maradona, na primeira fase e nas oitavas, o arqueiro brasileiro "não precisou tomar banho".

E o que dizer de Felipe Mello?! O qual metade da população brasileira já bem antes da Copa começar anunciava a sua expulsão? Quem não sabe que o reserva da Juventus tem um parafuso solto?

Que pena que o Brasil não pode contar com o que tinha de melhor para mudar a história de um jogo, para ter peças de reposição, ou simplesmente para ser o Brasil. Que falta fizeram Ronaldinho Gaúcho no lugar do lesionado e irreconhecível Kaká; que falta fez Adriano, mesmo com seus problemas pessoais, para entrar em um jogo destes e escorar os dois zagueiros holandeses nas costas; ou um Neymar, para desconcertar a defesa laranja e abrir caminho para uma virada brasileira.

O culpado. Seria Dunga pela sua teimosia? Por tentar ser contrário à superioridade dos jogadores brasileiros que teve à sua disposição, e montar uma seleção com cara de leste europeu? Ou por tentar "consertar" o "erro" em 2006, ao abrir mão de tantos craques a ainda colocar a seleção enclausurada e com tantas restrições, inclusive à imprensa? Seria o culpado Felipe Mello, por dar um pisão na coxa de Robben sem nenhuma precisão e fazer o Brasil morrer com 1 homem a menos?

Não sei se isso seria o certo, mas talvez sejam as primeiras questões a serem levantadas para o futuro. Primeiro que não se corrige os erros de uma Copa anterior fazendo o contrário na próxima. E o segundo, que selecionar significar escolher os melhores.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Concordo em gênero, número e grau!!(tirando a parte que o Kaká não deveria ter ido...rsrs)

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