sábado, 10 de julho de 2010

Teologia da Prosperidade

Convencionou-se chamar, nas Igrejas neopentecostais esparramadas pelo país, de "Teologia da Prosperidade" o "estudo" da Palavra de Deus que daria base para motivar a fé do crente com vias ao sucesso de suas finanças.

Em um tom mais temperado, seriam as pregações voltadas para a prosperidade em sentido amplo, ou seja, uma vida "boa", repleta de realizações.

Bom, nesta postagem eu não vou escrever muito sobre este tema não, vou deixar pra depois. Só queria dizer que tenho visto 85% ou mais das pregações envolverem direta ou indiretamente este tema. Só que não é bem isso que está na Palavra de Deus, não foi isto que vimos na vida de Cristo, dos apóstolos, e da maioria dos profetas da Bíblia.

Jesus disse: no mundo tereis AFLIÇÕES, mas não temas, tende bom ânimo, por que Eu venci o mundo.

O dízimo e as ofertas encontram previsão na palavra de Deus. Isso é indiscutível.

Mas isto é obrigação do crente, não moeda de barganha com Deus. Muito menos fator de medição da fé do crente.

Já pensou se Jó fosse um congregante de uma das Igrejas de hoje, e estivesse presente em um culto em que se pregasse prosperidade? O preletor, eufórico, apontaria o dedo para Jó e diria: Deus tem a prosperidade para você, irmão! Você tem que "comer" do melhor desta terra!

Isto mudaria a sorte de Jó? Ou era permissão de Deus que Jó sofresse o que sofreu? A palavra do homem mudaria o propósito de Deus ao qual Jó foi submetido? Creio que a resposta só pode ser negativa.

Quem sabe se você tem que ser próspero ou não é Deus em sua soberania. Quando o crente entende isto, ele é próspero, por que a Graça de Deus a ele basta.

Que riqueza neste mundo pode se comparar à graça da Salvação?

Jesus foi carpinteiro, depois pescador, além de exercer o ministério que estava determinado para exercer. Viveu uma vida simples, humilde. Nasceu em meio à animais, palhas e odor. Morreu morte de cruz, nú, humilhado.

João Batista era uma homem extremamente simples, um nômade, um andarilho. Elias também. Eliseu era um "peão", e Davi antes de ser rei era pastor de ovelhas. Todos os apóstolos, ou melhor, a maioria deles viviam da pescaria. Eram homens simples, que entenderam que a maior riqueza do mundo era a Salvação em Cristo Jesus, era viver por Ele.

Não estou sugerindo que todo crente deva ser miserável, pelo contrário, bom seria que todos tivessem riquezas e posses. O que não pode sair do nosso pensamento, é, em primeiro lugar, que a vontade de Deus prevalece sobre a de todo homem; em segundo lugar, que não há riqueza maior neste terra do que a Salvação.

Aliás, estas pregações tem tomado o lugar das exortações sobre o perdão, sobre a salvação. Tem crentes que esqueceram de que existe Inferno, Lago de Fogo. Que haverá um reino de terror que dará fim a este mundo. Que haverá Juízo Final, e aí, meu irmão: é eternidade no céu ou no fogo...

No céu tú vai andar em ruas de ouro, em meio a pedras preciosas, brilhantes, reluzentes...pra que preocupar-se com riqueza aqui, se quando morrer em seu corpo humano, não levará absolutamente nada?

Impera preocupar-se com a Salvação, as coisas que vêm de Deus.

Depois, se Deus tiver para nós, bençãos materiais, amém.

Se não, Glória a Deus.

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